Casos de chikungunya mais que dobram em MT entre 2016 e 2017

por valcorreia — publicado 17/01/2018 13h49, última modificação 17/01/2018 13h49

Foram registrados 3.479 mil casos de febre chikungunya em 2017 e, em 2016, 1.443 mil.

 

O número de pessoas diagnosticadas com chikungunya aumentou 140% em 2017, em relação ao mesmo período de 2016 em Mato Grosso, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES). Durante o ano passado, foram registrados 9 mil casos de dengue.

Em todo o estado, foram registrados 3.479 mil casos de febre chikungunya em 2017 e, em 2016, 1.443 mil casos.

Em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, foram notificados 2.331 casos da doença em 2017. A secretaria alerta para um possível surto da doença no período chuvoso.

A dona de casa Maria das Dores Gomes afirmou que na família dele cinco pessoas já tiveram a doença. Ela avalia que o acúmulo de lixo em lotes abandonados perto da casa dela possa ter causado a proliferação dos mosquitos.

"Se cada um cuidasse do seu lote, as coisas ficariam muito melhores", disse.

A enfermeira de Vigilância Epidemiológica Relva Cristina de Moura afirmou que a população tem sido orientada a verificar os possíveis criadouros de mosquitos e sobre os sintomas da doença.

"Estamos fazendo a parte educativa, falando sobre água parada e mostrando os principais sintomas", contou.

Em contraponto, os casos de dengue despencaram.

De 26,7 mil casos registrados em 2016, o número caiu em 2017 para 9 mil casos. O vírus da zika também apresentou queda. Em 2016, cerca de 24,3 mil pessoas tiveram a doença. No mesmo período de 2017, aproximadamente 2 mil casos foram registrados.

Por Cristina Mayumi, TV Centro América


Saiba diferenciar dengue da febre chikungunya

Segundo especialistas, a semelhança entre os sintomas da dengue e da febre chikungunya ainda causa confusão nos pacientes, pois ambas começam a se manifestar a partir de dores de cabeça, febre, manchas na pele e náuseas. Apesar de as doenças serem transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti, a principal diferença é que na infecção pelo vírus chikungunya as dores nas articulações são intensas, duram entre 10 a 15 dias, e em alguns casos, permanecem por meses e até anos.

Em boletim recente divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), até 30 de março, não houve registros de transmissões do vírus chikungunya dentro do Estado do Pará. Já a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informa, em boletim recente, que de agosto de 2014 a março de 2015, foram confirmado oito casos, todos importados de outros países com transmissão.

O chikungunya é de um único tipo. Se a pessoa for infectada, se torna imune a doença. Diferentemente da dengue, que tem quatro subtipos. Ou seja, a pessoa pode ficar doente pelo vírus quatro vezes. Quem já teve dengue não está nem menos nem mais vulnerável ao chikungunya. Por se tratar de vírus diferentes, quem adoeceu de um pode adoecer de outro. Por chegar a endurecer as articulações do corpo, o chikungunya é mais doloroso, porém perde para a dengue no quesito óbitos. Segundo o MS, ano passado, 674 mortes foram confirmadas em todo o Brasil. Os dados da Sespa mostram que neste ano registrou-se 638 casos de dengue no Pará.

AUTOMEDICAÇÃO

Segundo a pesquisadora em Saúde Pública do Instituto Evandro Chagas, Dra. Socorro Azevedo, a automedicação pode piorar o quadro de saúde do paciente. ”Há restrição ao uso de alguns medicamentos. O vírus causa uma fragilidade nos vasos e proporciona sangramento. Isso pode ocorrer com remédios contraindicados. Os ácidos acetilsalicílicos não devem ser tomados. São popularmente usados para diminuir a febre. O Profeno e o Cataflam também não. Não há o controle da venda. Os pacientes se automedicam. Às vezes, de forma abusiva. Há remédios que não podem ser consumidos de seis a seis meses’’, explica.

De acordo com ela, há medicamentos permitidos para reduzir sintomas como a febre. Todos devem ser usados com cautela e prescrição médica. “Os indicados são o Paracetamol e Dipirona, analgésicos e antitérmicos que diminuem a febre”.

PRECAUÇÃO

A melhor forma de se prevenir do vírus está na eliminação dos criadouros, já que não há vacinas ou qualquer outro tipo de remédio para combater a doença. “O principal combate é do transmissor. Não devemos deixar água acumulada. Se a pessoa começar a sentir os sintomas, ela avalia se tem pneus perto de casa com água parada, alguém próximo que já tenha pegado a doença. Se a pessoa for para um terreno de mata, passar repelente, usar blusas de manga cumprida. Eles são mosquitos típicos de mata. Mesmo na cidade estamos rodeadas por elas. Somos nós que entramos no habitat deles’’, enfatiza a especialista.

Ela informa que pesquisas aprofundadas para a descoberta de vacinas contra os vírus estão em fase de andamento. ‘’Estudos ainda estão sendo realizados. Não tem vacinas licenciadas para dengue nem chikungunya. Ainda estão sendo testados com um prospecto promissor’’, diz.

info-16-04-2015-06-43-42Fonte:http://www.jornalatribuna.com.br