Deputada Janaína Riva fala com exclusividade sobre os projetos voltados à mulher na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

por valcorreia — publicado 26/03/2018 16h12, última modificação 26/03/2018 16h12
Violência contra a mulher, machismo, misoginia, igualdade de direitos e feminicídio são alguns dos temas abordados pela parlamentar
Deputada Janaína Riva fala com exclusividade sobre os projetos voltados à mulher na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

"A deputada de Mato Grosso". O slogan que pode parecer carregado de certa arrogância, na verdade tem um significado muito mais emblemático: Janaína Riva é a única parlamentar eleita para a 18ª legislatura. Além disso, nosso estado é campeão em feminicídio - um triste recorde que representa uma sociedade patriarcal, machista e violenta. Na contramão desses fatos, Janaína desponta com um novo jeito de fazer política, uma visão mais moderna e ideais defendidos arduamente no parlamento matogrossense.

 

Aproveitando sua participação em homenagem às mulheres realizada na Câmara Municipal de Feliz Natal, Janaína falou sobre sua motivação em seguir lutando pelos direitos das mulheres, promovendo a equidade e a justiça social. A deputada lembra que apesar das comemorações, o mês de março representa a luta contra os abusos, violências e especialmente sobre sua participação na criação de políticas públicas voltadas às mulheres e crianças.

 

MaisFN: Deputada Janaína, quais as principais ações e projetos voltados à defesa da mulher estão em debate na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso?

Janaína Riva: Dentre os projetos que eu tenho como referência em relação às mulheres e ao empoderamento feminino na ALMT, são projetos que visam coibir a violência doméstica destaco uma lei que carece de regulamentação pelo governo do estado onde a mulher vítima de violência sexual receberá tratamento multidisciplinar. As vítimas serão recebidas em uma única unidade onde passará por todos os exames necessários e vindo a receber atendimento médico, psicológico e medicação, estendendo também às crianças, humanizando o tratamento com equipe especializada neste tipo de ocorrências.       Atualmente, as vítimas de violência sexual buscam diversas unidades de saúde até conseguir atendimento, expondo ainda mais sua vulnerabilidade face à violência sofrida. Um projeto aprovado em primeira votação trata da Patrulha da Maria da Penha. Uma viatura com profissionais destacados circulará pelos bairros onde haja altos índices de violência doméstica e casos de abuso sexual. Esta patrulha visitaria ainda as residências com histórico desses casos, coibindo sua reincidência. Um outro projeto é o Banco de Empregos destinado à mulheres vítimas de violência doméstica e sexual, onde empresas cadastradas receberiam incentivos para empregar estas vítimas, até porque geralmente as mulheres se encontram em posição de dependência dos homens que cometam tais crimes. O principal fator de muitas mulheres não denunciarem tais crimes se dá em virtude da dependência financeira destes homens. Ao implantar um banco de empregos, a empresa cadastrada teria a obrigatoriedade de contratar estas vítimas.  Outro projeto em debate é a criação de uma casa transitória para acolher as mulheres vítimas de violência e abuso. Muitos feminicídios ocorrem logo após a denúncia da mulher, porque a mesma retorna para o lar onde convive com o agressor. Com a criação de um lar temporário ela seria acolhida neste período após a denúncia, diminuindo as chances de tais crimes ocorrerem. Quanto ao empoderamento feminino, tenho um projeto que trata do machismo nas escolas, tratando de forma mais corriqueira este tema tão relevante dentro do ambiente escolar. Eu mesma tenho visitado as escolas e falado sobre como a violência começa - uma agressão verbal,  um puxão de cabelos, uma fala machista e após um período e a escalada da violência pode vir a resultar em morte. Através da abordagem deste tema, as meninas podem exigir mais respeito, mais liberdade e podem se sentir empoderadas, podendo vir a evitar no futuro um novo caso de feminicídio, justamente porque repetem na vida adulta um olhar machista, preconceituoso e retrógrado.

 

MaisFN: O que esperar das eleições deste ano?

Janaína Riva: Eu acredito que nas eleições de outubro nós teremos uma renovação significativa. Talvez na câmara federal seja maior que na assembleia, particularmente porque os deputados estaduais acabam sendo mais presentes junto à suas bases eleitorais. O que eu vejo é um eleitor muito mais conceitual, mais preocupado com o fato de todo o trabalho desenvolvido e concretizado em oposição à tudo que o político tende a prometer. Ninguém mais acredita em promessas, o cidadão está descrente com a atual forma de fazer política. Nesse sentido, o voto será baseado em tudo o que o homem público fez e não da sua capacidade de prometer. Já os candidatos que nunca ocuparam cargos eletivos terão que apresentar um diferencial, um discurso que leve em conta a capacidade de diminuir a máquina pública, evitando gastos desnecessários e supérfluos. Neste sentido as redes sociais ocupam papel importantíssimo, especialmente com o eleitor que escolherá seu candidato com maior embasamento de suas ações. Também acredito que muita gente não irá às urnas por conta do descrédito que a classe política enfrenta.

 

MaisFN: Você tem sido uma das parlamentares que mais tem visitado Feliz Natal. Que mudanças você encontrou, que parâmetros você avalia entre o mandato do ex-prefeito Toni e a atual gestão municipal?

Janaína Riva: Eu conheço Feliz Natal há muitos anos, sempre acompanhei meu pai durante sua caminhada política. Durante este tempo conheci muitas pessoas e conquistei amigos. Obviamente meu trabalho como parlamentar e líder da oposição na ALMT não me permitem visitar com mais frequência, mas procuro vir uma ou duas vezes ao ano. É lógico que eu não tenho como dizer que não vejo uma diferença da gestão passa para esta. Hoje por exemplo (a deputada esteve em Feliz Natal no dia 23, quando concedeu esta entrevista) eu andei um pouco pela cidade e pude ver uma situação muito preocupante de acúmulo de lixo e entulho nos bairros e ruas da cidade. Outro fato que me deixou triste foi ver o novo PSF fechado, pois eu sei quanto o feliznatalense está padecendo com a saúde. Você pode até questionar que um deputado vem tão pouco ao município e como pode sentir isso, eu respondo que há uma procura no gabinete, pois como o município não dá conta de atender a demanda de sua população, muitos casos acabam sendo intermediados pelos deputados e ultimamente com maior frequência eu tenho acompanhado estas situações. Tenho recebido muitas queixas em relação à saúde no município de Feliz Natal e é muito preocupante esta mudança para pior. Outro fato são as demandas dos vereadores que se dirigem aos nossos gabinetes - eu não vejo uma articulação muito grande por parte do executivo municipal em busca de recursos para Feliz Natal. A prefeitura tem que se empenhar nesta busca, mesmo que se diga que o governador não tem cumprido seus compromissos mas os deputados em colocado no orçamento as emendas. No âmbito federal, Feliz Natal também não tem recebido a atenção necessária dos deputados que se diziam da base. Eu tenho que dizer que a atual gestão era muito crítica em relação ao Toni por afirmar que o mesmo não queria as emendas e recursos dessa base. Por que até agora estes recursos não estão disponíveis para Feliz Natal? Eu tenho que ser absolutamente honesta e verdadeira com população, pois quando falo que estou em Feliz Natal há uma grande mobilização nas redes sociais com comentários do tipo " deputada socorro, Feliz Natal está padecendo, a cidade está retrocedendo, voltando no tempo". O eleitor fez uma escolha e nós nos colocamos à disposição para auxiliar apesar de que o deputado hoje tem muito pouco poder. Eu vejo uma mudança muito grande no que foi feito e o que está sendo deixado de fazer. Cabe a nós, todos os políticos, falar menos e fazer mais; era muito fácil atirar pedra; veja por exemplo o governador Pedro Taques que tão mal falava das gestões passadas e conseguiu ser pior que todas elas. Talvez por isso essas pessoas sofram tanto, por falar muito e não conseguir fazer depois.

Fonte: MaisFN
neasusy
neasusy disse:
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