Deputado que deixou a prisão há uma semana deve assumir a presidência da ALMT durante viagem de governador e vice
Gilmar Fabris (PSD), que passou 40 dias preso por determinação do STF, já reassumiu o cargo após a ALMT votar pela soltura dele. Ele é suspeito de obstrução da Justiça.
O deputado Gilmar Fabris (PSD), que passou 40 dias preso por obstrução da Justiça na Operação Melebolge, da Polícia Federal, deve assumir a Presidência da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), por dois dias. Enquanto vice-presidente, ele deve suceder o atual presidente da Casa de Leis, Eduardo Botelho (PSD), no dias 14 e 15. Fabris foi solto no dia 25 de outubro.
Botelho deve comandar no governo do estado nesse curto período, em razão da viagem que o governador Pedro Taques (PSDB) e o vice-governador Carlos Fávaro (PSD) devem fazer. Taques viajará para a China na sexta-feira (3) para apresentar o potencial de Mato Grosso aos chineses. Enquanto isso, Fávaro assumirá o cargo.
Porém, no próximo dia 12, Fávaro também vai viajar, para a Alemanha. Nessa data, Botelho vai comandar o governo.
"O governador me chamou para uma reunião nesta quarta-feira (1º) para conversar sobre o perído em que ele estará ausente", afirmou Botelho.
A previsão, de acordo com o secretário de Comunicação do estado, Kléber Lima, é que Taques reassuma a função no dia 17 deste mês.
Conforme o governo, Taques apresentará projetos de infraestrutura e sustentabilidade no setor de agronegócio, visando parcerias e investimentos para Mato Grosso. Junto com a comitiva de representantes do estado, ele irá ao Ministério do Comércio Chinês para discutir infraestrutura e logística, energias renováveis, mineração, turismo, agronegócio.
Nos dias seguintes, a comitiva de Mato Grosso conhecerá empresas multinacionais chinesas, levando a proposta de parcerias e investimentos.
Fabris em liberdade
A soltura do deputado foi votada na sessão da ALMT no dia 24. Dos 19 parlamentares presentes, todos votaram a favor da liberação do colega. O documento usado como alvará de soltura foi assinado pela mesa diretora da Casa de Leis. No dia seguinte, o parlamentar estava solto.
Fabris reassumiu o cargo logo depois de ter sido solto, segundo o presidente da Assembleia.
Fabris foi preso durante operação Malebolge, que investiga crimes de corrupção e pagamento de propina a políticos durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Antes de ser preso, as câmeras de segurança do prédio onde ele mora mostram o parlamentar descendo o elevador do prédio às 5h34 do dia 14 - data da operação, de pijama e chinelo, e com uma mala pequena nas mãos, segundo a decisão do ministro do STF Luiz Fux, que determinou a prisão dele. A maleta, de acordo com a PGR, poderia conter documentos de interessa da investigação, além de dinheiro.
Esquema de propina
Fabris seria um dos supostos beneficiados com o recebimento de propina de verba desviada por meio de programa de pavimentação asfáltica MT Integrado.
Inclusive, ele aparece em vídeos entregues pelo ex-governador à PGR como provas materiais do esquema de corrupção no governo.
Gravado por uma câmera escondida na sala do ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Silvio Cezar Corrêa, Fabris reclama do valor entregue pelo ex-chefe de gabinete, que era responsável pelo pagamento de propina e outras vantagens indevidas a políticos durante a gestão de Silval Barbosa, e questiona sobre os R$ 100 mil que seriam pagos a ele.
Por Pollyana Araújo, G1 MT