Deputados contrariam Justiça e aprovam soltura de colega preso por suspeito de fraudes em MT

por valcorreia — publicado 06/06/2018 14h36, última modificação 06/06/2018 14h36

Foram 14 votos favoráveis, quatro abstenções e cinco ausências. Atitude de parlamentares contraria decisão de desembargador que mandou prender Mauro Savi (DEM).

Deputados aprovaram, nesta terça-feira (5), a soltura do colega Mauro Savi (DEM), que está preso no Centro de Custódia de Cuiabá, desde o dia 9 de maio. Por 14 votos a favor, os parlamentares se manifestaram aprovaram o parecer emitido pela Procuradoria da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), que já defendia a soltura do deputado.

Os deputados vão encaminhar o documento para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que deve emitir ou não o alvará de soltura. O TJMT informou que vai aguardar a comunicação da ALMT.

A atitude dos deputados contraria a orientação do desembargador José Zuquim Nogueira, que no mesmo documento em que expediu os seis mandados de prisão e os cinco de busca em apreensão, cumpridos em Cuiabá, Brasília e São Paulo, incluiu uma cláusula de não revogação por parte dos deputados estaduais.

Segundo o magistrado, os deputados estaduais não possuem as mesmas prerrogativas de deputados federais e senadores, que só podem ser presos em flagrante por crime inafiançável e com aprovação da Câmara Federal e Senado, respectivamente.

Os parlamentares já haviam se manifestado favoráveis à soltura de Mauro Savi por meio de um memorando emitido no dia 11 de maio e assinado pelo procurador-geral da ALMT Grhegory Maia, em que ele alegava que a decisão do magistrado não se sustentava.

No ano passado, a Assembleia também decidiu pela soltura do deputado Gilmar Fabris (PSD), preso por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a operação Malebolge, que investigava crimes de corrupção e pagamento de propina a políticos durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

Mauro Savi e outras cinco pessoas foram presas durante a Operação Bônus, um desdobramento da Operação Beberé. De acordo com o Ministério Público Estadual (MP-MT), ele é suspeito de participar de fraudes e desvio de verba no Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

Na denúncia do MPMT, o deputado é apontado como sendo um dos chefes do esquema.

Além de Savi, foram presos o ex-chefe da Casa Civil, Paulo César Zamar Taques, que é primo do governador de Mato Grosso, o irmão de Paulo Taques, Pedro Jorge Zamar Taques e os empresários Roque Anildo Reinheimer, Claudemir Pereira dos Santos, vulgo ‘Grilo’, e José Kobori. Todos continuam presos.

Nesta semana, a Justiça proibiu que o deputado recebesse visitas de outros denunciados. A determinação da suspensão foi assinada no dia 30 de maio, após o MP-MT denunciar supostas regalias ao deputado, no Centro de Custódia.


Por G1 MT

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