DNPM classifica invasão a garimpo ilegal em MT como 'violenta agressão ambiental' e marca reunião

por valcorreia — publicado 06/11/2018 15h37, última modificação 06/11/2018 15h37

Há cerca de 2 mil pessoas no garimpo clandestino em uma fazenda em Aripuanã. Reunião deve discutir solução pacífica, além da imediata de paralisação das atividades.

O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) classificou a invasão no garimpo clandestino de Aripuanã, a 976 km de Cuiabá, como uma 'violenta agressão ambiental'. Há dois meses aproximadamente mil pessoas ocupam a área,localizada em uma área particular em uma fazenda.

Policiais militares e federais monitoram a região, mas não há previsão de algum tipo de desocupação no local. A notícia de que tem ouro no local se espalhou rapidamente por meio de fotos divulgadas em aplicativos de celulares e redes sociais.

Em nota enviada à imprensa nessa segunda-feira (5), o DNPM disse que as pessoas que estão ocupando a área não têm autorização do órgão para qualquer tipo de extração mineral.

Polícia estima que garimpo é ocupado por duas mil pessoas em Aripuanã — Foto: TV Centro América/Reprodução

Polícia estima que garimpo é ocupado por duas mil pessoas em Aripuanã — Foto: TV Centro América/Reprodução

Disse também que 'toda e qualquer atividade de extração mineral no país sem autorização é caraterizada como usurpação do patrimônio mineral da União, uma atividade ilegal à luz da legislação mineral brasileira'.

O DNPM afirmou que a área invadida já é de propriedade de outras pessoas que contam com alvará de pesquisa mineral.

 “A invasão, além da usurpação do bem da União, configura-se uma violenta agressão ambiental, com utilização de máquinas escavadeiras/carregadeiras, também sem qualquer licenciamento ambiental do estado”, ponderou o órgão.

 

Por fim, o departamento informou que uma reunião está agendada para as 17h de quinta-feira (8) na Câmara Municipal de Aripuanã.

Solange Alves de Oliveira com os sacos de terra extraídos do garimpo — Foto: TVCA/ Reprodução

Solange Alves de Oliveira com os sacos de terra extraídos do garimpo — Foto: TVCA/ Reprodução

A reunião deve buscar uma solução pacífica, além da imediata de paralisação da atividade no garimpo clandestino.

O DNPM declarou que comunicou essa situação ao Ministério Público Federal em Cuiabá, à Polícia Federal e à Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

 

Invasão

 

 dois meses parte da fazenda se transformou numa região de garimpo ilegal no Noroeste de Mato Grosso. Milhares de pessoas estão entrando e saindo da propriedade depois que se espalhou a notícia de que existe ouro no local.

O dono da fazenda foi até a delegacia e registrou queixa. Mesmo assim, não parou de chegar gente.

Segundo a polícia, cerca de duas mil pessoas foram ao local e, nesta época do ano, a chuva transforma a estrada de acesso à fazenda num atoleiro.

Como não tem água no local, quem mora mais perto tira sacos de terra e analisa o material em casa mesmo. A Polícia Militar está no local, mas só controla o fluxo de carros e motos.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal afirmaram que abriram investigações. A empresa Nexa, que tem os direitos de mineração do local, disse que está acompanhando o caso.

 

Fonte: G1 MT