Em ato em Cuiabá, índios cobram respeito aos direitos e protestam contra a transferência de demarcação de terras da Funai para a Agricultura
Segundo indígenas, depois que da MP assinada por Bolsonaro as terras começaram a ser invadidas e madeira começou a ser extraída ilegalmente.
Cerca de 30 indígenas participam de um ato na Praça Ulisses Guimarães, em Cuiabá, nesta quinta -feira (31). Os manifestantes reivindicam a proteção dos direitos indígenas e contra a transferência de ações de competência da Fundação Nacional do índio (Funai) para o Ministério da Agricultura, como a demarcação de terras indígenas.
Segundo Lucio Waane- Xavante, a manifestação é feita por indígenas das etnias Umutina, Boe Bororo, Xavante, Bacairi, Chiquitano, Enawenê-Nawê e Pataxó.
Indígenas fazem protesto em Cuiabá — Foto: FEPOIMT/ Divulgação
Ele explicou que as terras indígenas estão sendo invadidas e ocupadas ilegalmente, após a aprovação da Medida Provisória 870/2019, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Segundo Lucio, pelo menos oito terras indígenas em Rondônia, Pará e Maranhão registraram extração de madeira ilegal.
"Nós estamos fazendo porque os nossos direitos indígenas estão sendo ameaçados. A medida afeta todos os processos de demarcação das terras ", disse.
A medida transfere parte do trabalho da Funai para o Ministério da Agricultura, incluindo a atribuição da pasta o Serviço Florestal Brasileiro.
Indígenas estão reunidos na Praça Ulisses Guimarães — Foto: FEPOIMT/ Divulgação
O órgão tem entre suas funções a recuperação da vegetação nativa e recomposição florestal, a proposição de planos de produção sustentável e o apoio aos processos de concessão florestal.
"Depois que assinaram a MP 870, nossas terras foram invadidas e isso interferiu na nossa vida", afirmou.
Lucio informou que os manifestantes deverão permanecer no local por tempo indeterminado. Os indígenas reivindicam a garantia dos direitos humanos e combate a violência contra indígenas.
Com as mudanças feitas por Jair Bolsonaro, as ações estão sob responsabilidade da ministra da Agricultura Tereza Cristina (DEM-MS), que foi presidente da bancada ruralista no Congresso.
Por G1 MT