Governo anuncia fechamento de 16 delegacias em MT por falta de efetivo

por valcorreia — publicado 08/03/2019 14h57, última modificação 08/03/2019 14h57
Governo anuncia fechamento de 16 delegacias em MT por falta de efetivo

Mauro Mendes (DEM), governador de Mato Grosso, já havia anunciado o fechamento das delegacias — Foto: Christiano Antonucci/ Gcom-MT

Os 46 policiais que atuam nessas delegacias serão remanejados para reforçar unidades de cidades mais próximas.

Dezesseis delegacias da Polícia Civil estão sendo fechadas em Mato Grosso por falta de efetivo. O anúncio foi feito pelo governo do estado nesta sexta-feira (8). Segundo o estado, as unidades que terão as atividades suspensas apresentam baixo índice de produtividade e registro de ocorrências policiais. A medida já havia sido cogitada pelo governador Mauro Mendes (DEM) para a redução de gastos.

 

Serão desativadas as delegacias dos seguintes municípios:

 

 

  • Luciara
  • Novo Santo Antônio
  • Alto Paraguai
  • Nova Marilândia
  • Santo Afonso
  • Nova Lacerda
  • Bom Jesus do Araguaia
  • Ponte Branca
  • São José do Povo
  • Tesouro
  • Carlinda
  • Castanheira
  • União do Sul
  • Acorizal
  • Jangada
  • Nossa Senhora do Livramento

 

Os 46 policiais que atuam nessas delegacias serão remanejados para reforçar unidades de cidades mais próximas, que passarão a atender a eventuais demandas das delegacias fechadas.

Conforme o estado, a suspensão das atividades das delegacias foi aprovada pelo Conselho Superior de Polícia e tem o respaldo da Secretaria de Estado de Segurança Pública e do Governo do Estado.

Foi feito um estudo técnico que considerou a necessidade de suspensão das atividades dessas delegacias em razão de não apresentarem atendimento eficiente à sociedade, serem mantidas com média de dois a três policiais e gerarem custo financeiro anual de mais de R$ 840 mil - com aluguéis de prédios, energia elétrica e viaturas locadas.

Outro ponto do estudo é baseado no quadro de servidores policiais que está abaixo de 57% para delegados, 58% para escrivães e 53% para investigadores, devido à falta de concursos públicos para os cargos, principalmente, investigador e escrivão, nos últimos quatro anos.

A delegacia de Carlinda está na lista das que serão fechadas — Foto: Polícia Civil-MT/ Assessoria

A delegacia de Carlinda está na lista das que serão fechadas — Foto: Polícia Civil-MT/ Assessoria

A Lei 7.935 de 16 julho de 2003 definiu o quantitativo de efetivo da Polícia Civil das três carreiras, sendo o ideal 400 delegados, 4 mil investigadores e 1.200 escrivães, totalizando 5.600 o número ideal. Antes da lei, era 1 policial civil para 1.233 habitantes ou 1 delegado para 14.449 habitantes.

O efetivo atual da Polícia Judiciária Civil é de 227 delegados (já inclusos os 15 que estão em formação na academia pelo concurso de 2017), 692 escrivães e 2.101 investigadores de polícia. Dezesseis anos depois, em 2019, apenas 54% dos cargos criados pela lei foram ocupados. A Polícia Civil tem atualmente 1 policial civil para 1.139 ou 1 delegado para 15.163 habitantes.

Conforme o estado, há a necessidade de abertura de concurso público aos dois cargos, considerando também o número de quase 200 policiais que estão aptos à aposentadoria nos próximos dois anos.

O governo citou a delegacia de São José do Povo como exemplo de baixa produtividade, que tem apenas um investigador lotado e nenhuma viatura. Em 2018, a média de boletins mensal foi de 17 registros.

A Delegacia de Tesouro também se mantém na mesma situação, com um escrivão na unidade e não tem investigador e nem delegado.

A delegacia está em prédio precário, sem viatura policial e tem média de 20 boletins mensais, assim como a Delegacia de Luciara com média de 21 boletins registrados, apenas dois investigadores lotados e uma viatura.

A Polícia Civil tem 187 delegacias criadas, mas somente 162 estão ativas.

 

Por G1 MT