Os povos indígenas que dependem do Distrito Sanitário de Cuiabá (Dsei) reclamam de diversas irregularidades ocorridas no polo e da falta de assistência às aldeias, por parte do atual coordenador do distrito, empossado em 2017. Representantes das comunidades, inclusive, já registraram denúncias dessas irregularidades no Ministério Público Federal (MPF).
A Associação Indígena do povo Enauenê Nauê, da Aldeia Halataikwa, localizada no município de Brasnorte, a 580 km de Cuiabá, divulgou nesta quarta-feira (8), uma carta de protesto, em que expõe a insatisfação com as atitudes adotadas pelo atual coordenador do Dsei Cuiabá, Argon Norberto Hachmann.
O G1 tentou contato com a coordenação da unidade por telefone, mas até a publicação desta reportagem, as ligações não foram atendidas.
De acordo com os indígenas, como forma de reduzir custos, o número de agentes de saúde que prestam serviço nas comunidades foi reduzido e isso ocasionou falta de atendimento dentro das aldeias.
Índios relatam a falta de veículo adequado para transportar insumos até as aldeias — Foto: Arquivo pessoal
Os índios também relatam falta de medicamentos, vacinas, materiais de limpeza e insumos básicos nos centros de atenção básica nas comunidades de nos polos de atendimento nos municípios.
Em outubro do ano passado, as Associações Halitinã e Waymaré protocolaram uma carta de protesto no MPF relatando a mesma situação, exposta hoje, pelo povo Enauenê Nauê.
Também no ano passado os povos Paresi, Nhambikuara e Myky protocolaram cartas, elencando as necessidades de diversas comunidades que dependem do atendimento do Dsei.
Muitos estiveram na capital e ocuparam a sede do Dsei, como forma de protesto. À época, o índios queriam uma reunião com o coordenador. Entretanto, segundo o líder indígena Asasanikwa Enauenê, várias reuniões foram realizadas, mas as reivindicações não foram atendidas.
"O diálogo já não é mais possível, tentamos de todas as maneiras. Agora, queremos a troca do coordenador", afirmou o líder.
O Distrito Sanitário Especial de Cuiabá atende a 19 comunidades indígenas no estado.
O G1 tentou contato com o MPF, mas não obteve resposta até a publicação dessa reportagem.