Preso há mais de uma semana, primo de governador de MT que é ex-secretário tem HC negado pelo STJ
por valcorreia
—
publicado
06/10/2017 13h40,
última modificação
06/10/2017 13h40
Paulo Taques é suspeito de participar de plano para atrapalhar investigação sobre os grampos. Essa é a segunda vez que ele está preso.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou a soltura do ex-secretário da Casa Civil de Mato Grosso, Paulo Taques, primo do governador Pedro Taques (PSDB). Paulo Taques está preso desde o último dia 27, no Centro de Custódia de Cuiabá, por suspeita de usar da influência que tinha, apesar de estar afastado do cargo, para tentar atrapalhar as investigações sobre as escutas clandestinas no governo do estado. A reportagem não localizou a defesa de Paulo Taques.
Consta no processo eletrônico do STJ, sob a relatoria do minitro Ribeiro Dantas, que a liminar foi negada, mas não há detalhes. Informações acerca do processo, assim como o motivo do indeferimento da liminar, estão previstas para ser publicadas na próxima terça-feira (10).
Essa é a segunda vez que Paulo Taques foi preso. Em agosto, ele foi preso por suspeita de ordenar grampos clandestinos operados por policiais militares do estado. Ele foi solto após passar uma semana preso.
Na Operação Esdras, também foram presos o secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Siqueira; o coronel da PM Evandro Alexandre Lesco; a mulher de Lesco, Helen Christy Carvalho Dias Lesco; o sargento João Ricardo Soler e o empresário José Marilson.
As prisões foram determinadas pelo desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), com base em depoimento do tenente-coronel José Henrique Costa Soares, que atua como escrivão no inquérito policial militar que apura o esquema dos grampos. Ele revelou detalhes do plano para tentar afastar o magistrado das investigações.
Esquema de grampos
O esquema dos grampos foi denunciado em uma reportagem do Fantástico em maio deste ano. Segundo a denúncia, mais de 100 pessoas tiveram as conversas grampeadas, entre elas, políticos de oposição ao atual governo estadual, advogados, médicos e jornalistas. Os telefones foram incluídos indevidamente em uma investigação sobre tráfico de drogas. Paulo Taques deixou o governo dias antes do esquema vir à tona.
Por G1 MT