Sem verba, hospital público em MT conta com doações de moradores e suspende 70% das cirurgias

por valcorreia — publicado 08/11/2017 14h26, última modificação 08/11/2017 14h26
Sem verba, hospital público em MT conta com doações de moradores e suspende 70% das cirurgias

Hospital recebeu doações de insumos básicos, como gaze, esparadrapo, luvas e seringas (Foto: Agência da Notícia)

As cirurgias eletivas estão suspensas há cerca de 15 duas no hospital municiál de Confresa. Prefeito disse que pretende fazer leilão solidário para comprar medicamentos.

em aproximadamente 15 dias que o hospital municipal de Confresa, a 1.160 km de Cuiabá, não realiza cirurgias eletivas, que representam 70% dos procedimentos cirúrgicos feitos na unidade, por falta de recursos. O prefeito Ronio Condão (PSDB) afirmou que desde julho o governo do estado não repassa verba para a saúde do município. A Secretaria de Saúde do estado foi procurada, mas ainda não se manifestou sobre os atrasos.

Segundo ele, os repasses em atraso passam de R$ 4 milhões. Com quatro meses sem receber repasse do estado e sem dinheiro para manter os atendimentos, só continuam sendo realizadas as cirurgias de urgência e emergência.

Para o prefeito, a saúde do município vive o seu pior momento, tanto que o hospital está contando com doações dos moradores para manter parte do atendimento. "Chegamos ao ápice da dificuldade financeira e tivemos que compartilhar com os moradores a situação da saúde e as pessoas começaram a ajudar", contou Ronio Condão.

Foram doados insumos básicos, como gaze, esparadrapo, soro, seringas e luvas. Mas, de acordo com o prefeito, medicamentos estão em falta na unidade.

O hospital municipal, quando em funcionamento normal, realiza uma média de 90 a 110 partos mensais, além mais de cirurgias mensais. Com a suspensão recente, foram cortadas 190 cirurgias eletivas.

Segundo o prefeito, a unidade é referência em atendimento de saúde na região devido à distância de grandes cidades. "O hospital atende a população de toda a região. Presta atendimento a mais de sete municípios", disse.

O custo médio mensal do hospital é de aproximadamente R$ 900 mil, sendo que boa parte é destinada ao pagamento da folha de pessoal. São quase 100 funcionários.

 

Leilão para medicação

 Para tentar arrecadar dinheiro e comprar medicamentos para o hospital, o prefeito informou que pretende realizar um leilão. "Vamos falar com os agricultores para doarem vacas e ajudar o município a comprar medicamentos", afirmou. No entanto, o leilão ainda não tem data para ser realizado.

Prefeitos participaram de ato em frente ao Hospital Regional de Sinop (Foto: Adriano Araújo/ Assecom Sinop)

Prefeitos participaram de ato em frente ao Hospital Regional de Sinop (Foto: Adriano Araújo/ Assecom Sinop)

 Ato pró-saúde

 A situação da saúde também é grave em outros municípios do estado. Contra a falta de repasses para hospitais regionais de Sinop, Sorriso e Colíder, prefeitos de, pelo menos, cinco municípios fizeram um protesto na terça-feira (7), em frente ao Hospital Regional de Sinop, a 503 km de Cuiabá.

Durante o ato, os prefeitos e os servidores fecharam uma rua em frente para cobrar a regularização dos repasses.

Por Pollyana Araújo, G1 MT